Publicada em 18/11/2019
Acredito que praticamente todas as pessoas que conduzem ou já conduziram um veículo sabem que o motor de um modelo precisa de uma série de “produtos” que você deve adicionar ou substituir com certa frequência para que ele possa operar de maneira adequada. Entre esses itens, o óleo lubrificante desempenha um papel bastante importante no conjunto motriz de um automóvel ou qualquer outro veículo. Sendo assim, você deve tomar bastante cuidado ao promover a substituição do óleo em uma oficina especializada, loja de óleos ou até mesmo posto de combustível (quem nunca escutou o frentista perguntando se ele poderia dar uma olhadinha no óleo do seu carro?).
Afinal, o que é óleo lubrificante do motor? Qual a sua função?
O óleo lubrificante nada mais é que uma substância capaz de “proteger” as peças internas do motor e garantir a boa fluidez do funcionamento do conjunto.
Tal líquido é responsável pela formação de uma espécie de película de lubrificante entre as paredes do cilindro e os pistões do propulsor, para impedir o contato metal-metal das peças – caso isso acontecesse, o propulsor teria a temperatura desses componentes elevada, podendo ocasionar o famoso fenômeno de gripagem (quando duas peças móveis se agarram).
Ou seja, em suma, o óleo lubrificante do motor tem como função lubrificar as peças internas do motor, diminuindo o atrito e evitando o desgaste excessivo das partes, manter a temperatura do conjunto, eliminar impurezas (como possíveis partículas geradas na combustão, que podem se acumular e formar uma crosta capaz de prejudicar o funcionamento) e impedir que o lubrificante seja extraído e elementos externos adentrem no conjunto e contamine-o.
Como escolher o óleo correto para o meu carro?
No momento da troca ou substituição do óleo, você deve estar atento a algumas informações para não colocar a substância incorreta no conjunto.
A mais importante delas é a especificação do líquido: mineral (proveniente da separação de componentes do petróleo e com aditivos), sintético (proveniente de processos químicos e também hidrocarbonetos, mas sem aditivos por conta de suas propriedades mais robustas) ou semissintético (uma mistura de óleos minerais e sintéticos para reunir as melhores propriedades de cada tipo).
Além disso, você deve ficar atento às siglas presentes na embalagem, como a SAE (sigla em inglês para Sociedade de Engenheiros Automotivos), que indica os testes de viscosidade, e API (sigla em inglês para Instituto Americano de Petróleo), que mostra os níveis de desempenho do óleo.
No caso da sigla SAE, quanto maior o número, maior a viscosidade para o óleo suportar temperaturas mais elevadas – a viscosidade, neste caso, pode ser definida como a resistência ao escoamento. A medição é exibida na embalagem em duas escalas: uma de baixa temperatura (de 0W a 25W, com o “W” fazendo referência à palavra inglesa “winter”) e outra de alta temperatura (de 8 a 60).
O primeiro número indica a viscosidade na partida com o motor em temperatura ambiente, onde quanto mais baixo for esse número, menor será o esforço do motor na hora de dar a primeira partida. Já o segundo número representa a viscosidade na partida com o motor em temperaturas mais altas, onde quanto maior for esse número, maior será a viscosidade quando o óleo está em altas temperaturas.
Já a API segue os graus de severidade das condições de trabalho que os motores são submetidos.
Neste caso, as especificações são dividas em duas categorias: “S”, de service, para motores de ciclo Otto (a gasolina, a etanol, bicombustível ou a gás natural) e “C”, de comercial, para motores de ciclo Diesel, acompanhado de outra letra, onde quanto mais avançada for a segunda letra no alfabeto, melhor será o lubrificante em aditivação, proteção ao motor e capacidade de impedir a formação de resíduos.
Qual o intervalo recomendado para substituir o óleo?
As fabricantes dos automóveis costumam recomendar que os proprietários promovam a substituição do óleo lubrificante do motor seguindo a quilometragem percorrida ou o tempo, o que ocorrer primeiro.
Normalmente esses dados constam no manual do proprietário do veículo. Caso o seu automóvel seja um modelo novo, recém-adquirido em uma concessionária de 0 km, e ele seja submetido a revisões periódicas corretamente, dá para dizer que você pode ficar despreocupado com a troca de óleo, visto que essas “visitas” às oficinas autorizadas normalmente incluem a substituição do óleo conforme recomendado pelo fabricante.
Entretanto, se o veículo for um modelo mais antigo e você utilize-o frequentemente, como para ir e voltar do trabalho todos os dias ou para fazer longas viagens com certa frequência, o recomendado é fazer a troca a cada cinco ou sete mil quilômetros rodados ou em média a cada um semestre.
Já se você é uma daquelas pessoas que usam o carro poucas vezes na semana ou no mês ou até mesmo percorra trechos curtos, a troca de óleo pode ser feita entre 10 mil ou 16 mil quilômetros rodados ou em média a cada um ano.
Ainda assim, não siga esses números à risca. Sempre que possível, verifique o nível do óleo com o veículo posicionado em terreno plano e ao desligar o motor após alguns minutos (caso seja checado logo após parar no posto de combustível, por exemplo, ele poderá exibir um nível ainda mais baixo, visto que o óleo estará escorrendo dos componentes e galerias).
Para tal, basta retirar a vareta medidora, limpa-la com um papel-toalha, por exemplo, recoloca-la até o fim, retira-la e checar se o nível está entre as marcas de mínimo e máximo.
Os motores atuais podem consumir óleo numa média de um litro a cada 1.000 km, algo considerado normal pelas montadoras.
É importante coloca aditivos no óleo?
Como citamos nos tópicos anteriores, alguns óleos lubrificantes já saem de fábrica munidos de alguns aditivos. Entretanto, alguns motoristas apelam ainda para outros aditivos externos, que são oferecidos em diversas oficinas e inclusive não são recomendados pelo fabricante.
As montadoras defendem que os bons óleos lubrificantes já são equipados com uma quantidade de aditivos suficiente para garantir o bom funcionamento do conjunto.
Caso seja inserido outros aditivos, o óleo pode sofrer fuligem devido às mudanças na formulação do óleo, provocando contaminação do ar, aumento do consumo de combustível e até mesmo prejudicar o desempenho do óleo no motor.
E o filtro de óleo? Onde entra nessa história?
Como o próprio nome indica, o filtro de óleo tem como função eliminar alguns resíduos presentes na substância, como partículas metálicas resultantes do atrito das peças do propulsor e o óleo carbonizado da combustão do aparato.
Sendo, chega um momento em que o filtro está “abarrotado” de resíduos que acaba dificultando a passagem do óleo, provocando falhas na lubrificação ou até mesmo impedindo totalmente a passagem da substância pelo componente.
O filtro de óleo deve ser checado sempre a cada troca de óleo e substituído sempre quando necessário, normalmente junto com a troca da substância.
Fonte: https://www.noticiasautomotivas.com.br/como-escolher-o-oleo-do-motor/