Publicada em 13/03/2019
Ao contrário do que muita gente ainda pode pensar, carro não precisa só de gasolina para rodar. A verdade é que, para garantir a durabilidade dos componentes e a segurança tanto do veículo como dos passageiros, são vários os cuidados que devem ser tomados no dia a dia.
Por pura falta de informação, por mera distração ou por negligência mesmo, há sim quem deixe de cuidar desses detalhes simples que, se não forem conferidos de maneira adequada, podem causar sérias dores de cabeça.
Você faz parte desse grupo? Então que tal aproveitar o momento para aprender um pouco mais sobre o radiador do carro, um dos dispositivos mais importantes do conjunto mecânico, sem o qual nenhum veículo refrigerado a água pode rodar?
Neste post, vamos falar sobre o funcionamento desse componente e mostrar como trocar água do radiador da maneira certa, garantindo o arrefecimento adequado do motor. Confira!
Assim como acontece com os organismos vivos, os motores dos carros precisam de algum mecanismo que regule sua temperatura durante o funcionamento. No caso dos motores refrigerados por água, que hoje equipam basicamente todos os carros novos, o dispositivo responsável pelo arrefecimento é justamente o radiador.
Como o próprio nome já sugere, essa peça radia para o ambiente externo o calor produzido pela queima do combustível, promovendo então o resfriamento da máquina. Ao proteger o motor das altas temperaturas, o radiador evita o desgaste prematuro de seus componentes — o que poderia até mesmo fundir o motor do veículo.
Para fazer esse equilíbrio térmico, a água percorre um circuito fechado que vai do interior do motor, de onde o calor é retirado, até o radiador, que efetivamente dissipa a alta temperatura no ambiente. Quando o carro está em movimento, o ar recebido pela frente é direcionado para o radiador, retirando dali o calor acumulado na água.
Essa transferência de energia também pode ser auxiliada pela ventoinha do radiador, que atua quando as temperaturas estão muito elevadas — como acontece quando o carro está parado. Aliás, você já deve ter notado o barulho de uma espécie de ventilador em funcionamento quando o carro não está em movimento, certo? Pois é exatamente a ventoinha atuando!
Apesar de a água ser um refrigerante natural por excelência, suas características físicas e químicas podem não ser suficientes para garantir a estabilidade da temperatura em muitos casos. É por isso que o uso do fluido aditivo para radiador é tão importante! O propósito aqui é aumentar o desempenho do sistema de arrefecimento.
Ao completar o nível do reservatório do radiador com água e fluido na proporção correta, temos como resultado uma solução com ponto de ebulição mais elevado, o que melhora a capacidade de resfriamento. Além disso, o aditivo ainda abaixa o ponto de congelamento da água para menos de 0°C, o que é bem interessante para os carros que circulam em regiões de clima mais frio — como ocorre no sul do país, durante o inverno, por exemplo.
Isso sem contar que essa mistura também protege o sistema de arrefecimento contra a corrosão, além de ainda corrigir outras características da água pura que podem acabar causando danos ao motor e a outros sistemas existentes no carro.
Geralmente, a recomendação das montadoras é para que o fluido aditivo seja trocado em intervalos de 30 mil quilômetros ou a cada 12 meses. A razão da escolha entre a quilometragem rodada e o tempo acontece porque, como grande parte dos produtos químicos, o aditivo tem prazo de validade. Assim, mesmo que o carro rode menos que 30 mil quilômetros, é preciso providenciar a troca.
Mas atenção: é sim possível que o fabricante recomende trocas em intervalos diferentes ou que use aditivos conhecidos como long life, que dispensam troca frequente. Por isso, antes de mais nada, é importante consultar o manual do proprietário para saber exatamente quando a substituição precisa ser feita.
Quando entramos em um posto de gasolina, é muito comum que o frentista ofereça o aditivo ou sugira a troca, não é mesmo? O problema é que essa substituição não é uma tarefa tão simples, que pode ser feita por qualquer um e em qualquer lugar.
O que torna a troca do fluido do radiador uma tarefa mais complexa do que parece é a atuação da válvula termostática, que atua de acordo com a temperatura do motor, podendo reter parte considerável do líquido antigo. Como a necessidade é de fazer a substituição completa do líquido de arrefecimento, o procedimento deve ser realizado em uma oficina especializada, com profissionais devidamente capacitados.
Como qualquer produto, os aditivos para radiadores têm qualidade variada. Além disso, há recomendações específicas dos fabricantes para determinados produtos. Por essas e outras, seja para completar ou para fazer a troca completa, procure seguir as orientações do seu mecânico de confiança ou, claro, do manual do proprietário.
A rigor, o sistema de arrefecimento do motor é formado por um circuito fechado, o que significa que o fluido que percorre seu interior não deveria baixar em momento algum. Aliás, na maioria das vezes, a necessidade de completar a água, como sugerem os frentistas, é um sinal de que alguma coisa não vai bem no sistema — provavelmente, há algum vazamento.
Nesse caso, você deve procurar um mecânico com urgência, considerando que a falta de líquido no sistema de arrefecimento leva o motor a trabalhar em temperaturas acima daquelas para as quais ele foi projetado. Na melhor das hipóteses, essa condição pode levar a danos menores, com prejuízo para o desempenho e para a durabilidade do conjunto. Na pior, o motor pode fundir.
Mas há situações em que o problema não é tão grave. É possível relevar pequenas variações, uma vez que podem ser decorrentes de problemas também menores — como a tampa do radiador que está mal posicionada ou mesmo o reservatório que não foi adequadamente fechado, o que permitiria o vazamento de parte do líquido. Nesses casos, o fluido pode ser completado, preferencialmente com a mesma marca anteriormente usada. Já se o problema persistir, não espere muito para fazer uma manutenção no sistema.
Como os carros de antigamente não possuíam os reservatórios de água existentes nos veículos modernos, conferir o nível do líquido no radiador era uma tarefa de estimativa. Nesse caso, retirava-se a tampa do radiador para, com base no famoso olhômetro, constatar se havia água suficiente ou não.
Hoje em dia, porém, essa tarefa é bem mais simples. Afinal, no reservatório de água há 2 marcas que indicam os níveis máximo e mínimo de líquido no sistema. Desde que cuide para manter o líquido sempre entre esses indicadores, tudo estará bem com seu carro no que diz respeito ao sistema de arrefecimento.
Como dissemos, o ideal é sempre procurar por um profissional especializado para trocar a água do radiador. Contudo, é importante ao menos conhecer como esse procedimento é feito para casos em que a troca precisa ser realizada de maneira emergencial, por exemplo.
Antes de iniciar, é fundamental se certificar de que o carro está frio. Não esqueça: abrir o reservatório de água do radiador com o motor em altas temperaturas pode ser muito perigoso devido ao vapor quente em circulação no sistema.
Com o motor desligado e frio, o primeiro passo é soltar a mangueira do radiador para que seja possível remover o reservatório de água. Nessa hora, é importante aproveitar para lavar o reservatório, garantindo que esteja livre de impurezas que possam danificar os demais componentes do sistema de arrefecimento.
Para preparar a mistura de água e fluido aditivo de radiador, é preciso seguir a proporção recomendada pela empresa fabricante do veículo — em média, essa medida é de 60% de água e 40% de fluido. Nunca preencha o reservatório apenas com água, pois isso pode causar diversos problemas ao sistema de arrefecimento!
Após inserir o líquido até a marcação indicada, é importante rosquear a tampa do reservatório com firmeza e precisão, evitando que ela fique mal posicionada a ponto de ocorrerem vazamentos no sistema. E pronto!
A falta de água com fluido aditivo pode trazer sérias consequências ao motor de um veículo. Afinal, o calor excessivo pode fazer com que as peças internas do motor se dilatem, aumentando o atrito entre elas e, consequentemente, acelerando seu desgaste.
Outros componentes do sistema, como a bomba de água e a válvula termostática, também costumam ser prejudicados pelo superaquecimento. O aumento da pressão interna do motor também pode ocasionar o rompimento das mangueiras, danificar a tampa do reservatório e apressar a deterioração do óleo lubrificante.
Em casos extremos, a falta de água pode acabar até mesmo fundindo o motor, resultando em um problema muito maior para o motorista! Portanto, não negligencie os sinais de que seu carro pode estar precisando de uma verificação no sistema de arrefecimento. Nesses casos, o superaquecimento pode provocar comportamentos estranhos do motor, como barulhos e liberação de fumaça.
Para monitorar esse tipo de situação, fique sempre de olho no medidor de temperatura no painel do seu carro. Se o ponteiro começar a se aproximar da marcação vermelha, então é hora de procurar ajuda especializada para evitar os contratempos que a falta de água no radiador pode causar!
Fonte: https://blog.rodobens.com.br/fluido-do-radiador-de-carro-qual-%C3%A9-a-hora-de-trocar-e-completar